Você já deve ter ouvido falar no termo “Capitalismo Consciente”, conceito que ficou ainda mais conhecido através do livro publicado pelos autores John Mackey e Raj Sisodia – “Capitalismo Consciente: como libertar o espírito heróico dos negócios”.

Conectado com as transformações mundiais em busca de propósito, o livro aborda de formas distintas como nós podemos executar projetos, sejam eles em empresas ou de forma individual, com um olhar que vai além do lucro financeiro e promove algo relevante para sociedade.

Você já conhece esse movimento que está transformando a forma de empreender no mundo? Tem vontade de empreender de forma consciente, dando mais significado ao que você faz?

 

Mito ou Realidade?

Muita gente ainda acredita que empreender de forma consciente é coisa de ONG ou ações utópicas de idealistas que não tem muito compromisso com a “realidade”. Porém o que a realidade tem mostrado é outra coisa.

Com a Revolução Industrial, o crescimento do consumo e do poder de compra conduziu bilhões de pessoas às lojas em busca de produtos dos quatro cantos do planeta. No anseio pelo menor custo, mão-de-obra mais barata e necessidade de atender à demanda, diversas empresas terceirizaram suas produções a países asiáticos, onde a valorização do trabalho e consequente remuneração do mesmo são bem menores. Índia, Tailândia e Vietnã são alguns destes exemplos dentre tantos outros. 

Qual o custo real deste produto que estamos consumindo? Não estaríamos nós também incentivando o consumo excessivo e práticas abusivas? Sem falar da mega devastação que o excesso de lixo que produzimos causa na natureza, através dos resíduos que geramos fruto deste consumo desenfreado.

E por que consumimos tanto? Para que? Se você analisar bem, verá que o número de itens supérfluos ao seu redor é significativo.

O que o empreendedorismo consciente propõe são negócios que criam real valor e impactos positivos para a sociedade e para nós mesmos. Movimentos como o lowsumerism, colaboração, compartilhamento e economia circular tem levado as pessoas à repensar o seu estilo de vida. De repente percebemos que não é mais preciso possuir algo para sermos felizes. Pelo contrário. A liberdade de não ser refém do consumo tem sido cada vez mais valorizada.

 

Por onde começar?

Dentre os diversos modelos de empresas que conhecemos, será que você já ouviu falar das B-Corp” ou “Benefit Corporations”? São empresas que além do lucro que produzem estão também conectadas com o bem que causam para seus funcionários, clientes e para a sociedade como um todo. Empresas como a Natura, que redefinem o conceito de sucesso em seus negócios e utilizam seu poder de mercado para gerar soluções, transformação e influenciar positivamente o ecossistema em que estão inseridas.

No mundo, as pessoas começaram a criar uma espécie de relação de lealdade maior com as marcas que se mostraram verdadeiramente conectadas com algo além do benefício gerado aos acionistas pelo lucro. São modelos de negócios que nos alertam para uma realidade: precisamos pensar em produtos e serviços que se alinhem com as reais necessidades do ser humano.

A velha história de criar novas necessidades para que as pessoas comprem por comprar vem perdendo espaço, afinal o próprio consumidor tem se tornado cada vez mais consciente. 

 

Soluções criativas de problemas

Saber como encontrar soluções criativas com modelos enxutos tem levado startups a faturarem seus primeiros milhões pela visão objetiva, simples e ágil destas questões. Além disso, essa “lógica da simplicidade” tem provado que sistemas complexos ficarão cada vez mais obsoletos por não acompanharem a velocidade das mudanças e das soluções que vem sendo criadas pelos “pequenos empreendedores”.

Saber encontrar uma dor que ainda não é solucionada pode te conduzir a novos clientes e mercados em um momento onde as pessoas anseiam por propósito. Algo verdadeiro, algo maior do que cada um de nós, uma causa que atua como a razão de existir daquele negócio.

Pense: O mundo precisa de mais uma empresa? Qual a real necessidade de você começar este negócio? O que o mundo perderia se o seu negócio deixasse de existir?

 

Para empreender consciente é preciso…

Ir além dos modelos tradicionais. Antes de tudo, lembrar que uma boa ideia não tem valor algum até que seja bem executada. Muitas pessoas ao redor do mundo deixam de pôr em prática projetos importantes pelo medo de falhar, por autossabotagem ou pela velha procrastinação. Conseguir se livrar destes receios e colocar sua ideia à prova pode ser um primeiro passo de um negócio de sucesso.

Perder o medo do fracasso, de errar e arriscar, pode ser um dos caminhos para quem pensa em mudar de carreira, criar um projeto na empresa que atua, melhorar algum serviço. Enfim, são muitas as demandas e possibilidades.

Isto não deve ser algo “anexo” ao seu negócio. Empresas já devem nascer conectadas. Um empreendedor consciente, leva em consideração sua relação com os stakeholders e entende a influência que seu produto ou serviço pode trazer à sociedade nos âmbitos social e ambiental. Ele atua como um verdadeiro agente de transformação e reconhece a importância de lideranças que geram culturas conscientes nas organizações.

 

O que eu ganho com isso?

Que tal funcionários engajados, clientes leais e excelentes resultados? Diversas pesquisas no mundo apontam o aumento dos índices de engajamento em empresas conscientes.

O relatório do Instituto Gallup apontou um número de apenas 13% de engajamento entre profissionais em todo o mundo nos últimos 10 anos. No mundo empresarial, as pessoas simplesmente não conseguem mais continuar envolvidas em projetos que não tenham um propósito.

Ao mesmo tempo, empresas premiadas como as melhores para se trabalhar pelo GPTW (Great Place to Work) relatam aumento do valor de suas ações. Isto nos mostra a relação entre empresas conscientes X aumento do nível engajamento = mais produtividade.

Despertar a paixão e o entusiasmo de suas equipes e gerar engajamento é um dos maiores desafios de gestores de RH. Recorrer a uma reanálise sobre o nível de consciência do negócio pode ajudar bastante.

Empreender de forma consciente significa estar alinhado com o futuro. Olhar para as necessidades do planeta, do ser humano e reconhecer até que ponto sua empresa ou sua ideia pode oferecer alguma solução, ajudando-o a cruzar a ponte entre a ideia e a execução. Empreender significa também dedicar esforços, então eu espero que possamos empreender nossos esforços em causas que valham a pena para sociedade como um todo. Ser relevante é o grande negócio do futuro.

E você já descobriu como trazer mais relevância para empresa que atua? Já empreende em um negócio consciente? Ou tem vontade de começar mas não sabe por onde?

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